Baião
Baião é município no distrito do Porto, região norte e sub-região do Tâmega. É um município com 175,71 km² de área e 22 355 habitantes (2001), subdividido em 20 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Amarante, a leste pelo Peso da Régua e por Mesão Frio, a sul por Resende e Cinfães e a oeste pelo Marco de Canaveses.
Na passagem da Alta para a Baixa Idade Média, dá-se a formação da Terra de Baião, que era dominada por um castelo: o Castelo de Matos, antigo Castelo de Penalva. A Terra de Baião é a origem da família nobre dos Baiões, descendentes de D. Arnaldo (trisavô de Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques), um guerreiro que veio combater os Mouros na península Ibérica, por volta de 985. As terras de Baião foram-lhe concedidas como prémio pela sua bravura, pelo rei de Castela. Alguns historiadores pensam que D. Arnaldo seria um guerreiro alemão que perdeu o seu ducado numa guerra; outros, que seria um cavaleiro de Bayonne, filho de um rei de Itália e neto de um rei de França, e que seria essa a origem do nome de Baião. Mais tarde, D. João I deu as terras de Baião a um parente do Condestável, D. Nuno Álvares Pereira. Tendo voltado à Coroa no tempo de D. João II, Baião recebeu foral de D. Manuel I, em 1513.
O Município de Baião apresenta, no âmbito dos seus elementos culturais, algumas das maiores referências ao património natural e cultural. Para além do conjunto Megalítico composto pelas Serras da Aboboreira e do Castelo de Matos, onde possui o Campo Arqueológico da Serra da Aboboreira com mais de cinco mil anos de povoamento ininterrupto, possui algumas espécies faunísticas únicas em toda a Península Ibérica e ainda preserva entre 30 a 40 por cento de algumas espécies animais e vegetais existentes em todo o território português. Também, neste âmbito, merece destaque o Convento de Santo André de Ancede (1113 d.C.), anterior à fundação da nacionalidade portuguesa cuja influência social e económica se fazia sentir numa extensão que ia do Porto à Régua durante o período medieval.
No âmbito literário, há que referir que Soeira Pereira Gomes é natural de Baião (Gestaçô) e que o escritor Eça de Queiroz se inspirou nas suas gentes, nas suas paisagens, nos usos e costumes locais, numa das suas obras mais conhecidas: A Cidade e as Serras. A Quinta de Vila Nova, em Santa Cruz do Douro, Baião, é hoje conhecida por “Casa de Tormes” e a estação de Comboio de Aregos foi rebaptizada de estação de “Tormes”. António Mota, escritor cimeiro a nível nacional no âmbito da Literatura para Crianças e Jovens, reconhecido e diversas vezes premiado, nasceu (16.07.1957) em Vilarelho, na Freguesia de Ovil. O seu livro "Outros Tempos", escrito para adultos, com ilustrações da também Baionense Arquitecta Marta Lemos, é uma obra incontornável para quem queira conhecer como vivia o povo das zonas interiores nos meados dos século XX.
Na gastronomia, o concelho de Baião é famoso pela qualidade das suas carnes, nomeadamente o fumeiro e o anho assado, e pelos seus vinhos. Com vista a preservar os métodos de produção tradicionais destas carnes, e a valorizar a qualidade dos vinhos de Baião, a Câmara Municipal promove duas iniciativas gastronómicas, anualmente. Visitadas por milhares de pessoas, provenientes de vários pontos do País, a primeira, designada “Feira do Fumeiro e do Cozido à Portuguesa”, realiza-se durante o mês de Março, e a segunda, conhecida por “Festival do Anho Assado e do Arroz do Forno”, em finais de Julho. Simultaneamente a estas iniciativas, ocorre uma mostra de vinhos e artesanato, com especial ênfase para a cestaria e para as famosas bengalas de Gestaçô, da doçaria tradicional, com destaque para o Biscoito da Teixeira, e da música tradicional da região.